Sempre fui uma grande observadora. Por ser muito tímida, principalmente na infância e adolescência, tive como forte a observação das pessoas. Não de uma forma estranha, tipo uma stalker, mas no dia a dia, as pessoas que estavam ali presentes na minha rotina. Sentia quase como que um dom, porque com o tempo conseguia até "prever" algumas atitudes, sabia identificar um mentiroso, uma pessoa legal, uma má vontade, e por aí vai.
Tudo isso me fez montar na cabeça um certo script, do que eu queria e não queria para minha vida. O tipo de amigos que não queria, o emprego que não queria, o casamento que não queria, e principalmente, a pessoa que eu não queria ser.
Mal sabia minha cabecinha imatura, que há algo por trás das relações que vai moldando tudo: O tempo.
E ultimamente tenho sentido ele implacável. Acredito que ter me tornado mãe ter parte desse sentimento. É como se eu eu soubesse o que tenho que fazer, mas tudo o que o tempo me trouxe até aqui de ruim - os medos, as magoas, as raivas - me impedissem de tomar a decisão certa, de fazer o que tornariam as coisas mais amigáveis. Não sou mais tão maleável como gostaria de ser. Por que somos assim?
E parece que quanto mais velhos ficamos, mais difícil é encontrar esse equilíbrio.
Essa é apenas uma reflexão de uma sexta a tarde, enquanto trabalho. Tem dias que a cabeça não para e assim seguimos.
Até mais!
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