terça-feira, 18 de outubro de 2022

Relato de Parto - Parte I

  Minha gravidez foi tranquila a maior parte do tempo, eu que ficava com algumas neuras, mas acho que bem comuns para uma mãe de primeira viagem. Toda vez que ia ao banheiro, lembro que morria de medo de ver algum vestígio de sangue, várias vezes caia no choro por achar que ela não estava se mexendo.

 Com 32s e 3d eu tive o primeiro susto, lembro que era uma sexta-feira, fui dormir tarde assistindo A Cor Púrpura, era quase uma da manhã. As 4h despertei sentindo uma cólica leve, mas que lembrava muito cólica menstrual. Não consegui dormir mais, pouco depois meu marido também acordou e me viu acordada, percebeu que algo não estava bem e sugeriu que fôssemos na maternidade que havíamos escolhido para ela nascer, já que lá também tem pronto atendimento. Esperamos apenas o sol nascer e bem cedinho partimos para São Paulo. A maternidade fica no bairro do Paraíso, bem próximo a Av. Paulista, chegando lá tivemos um atendimento maravilhoso, o que reforçou a minha vontade de que ela nascesse ali, e depois de alguns exames e atendimento com a médica, descobri que não estava em trabalho de parto ativo, mas tinha 1 dedo de dilatação e diabetes gestacional. Me receitaram alguns remédios e descanso, já não estava mais sentindo cólica também. 

E ficou tudo bem, tomei as medicações, uma inclusive para fortalecer o pulmão da bebê, comecei a controlar a glicemia, e não senti mais nada. Até que duas semanas depois, quando estava com 34s e 5d, uma segunda-feira, acordei novamente com uma leve cólica mas dessa vez não me preocupei, porque já havia passado por isso, e não dei muita bola, mas meu marido me aconselhou a mandar mensagem para a médica, deixar ela ciente, e eu fiz isso. Eu ainda estou trabalhando em home office, e naquela época estava indo para a casa da minha sogra para não ficar sozinha em casa, logo cedinho meu marido me deixou lá e foi para o escritório, que é bem pertinho. Depois de um tempo recebi a resposta da secretária da médica, perguntando se poderia passar lá as 17h. Trabalhei tranquilamente o dia todo, a cólica tinha ido embora. No horário marcado fomos na médica, que me examinou e viu que eu ainda estava com 1 de do de dilatação, de resto estava tudo ok. 

Não sei se foi por causa do toque, mas saindo do consultório tive a primeira dor mais forte. Estava no carro esperando meu marido buscar algumas coisas que tinha deixado no escritório, e do nada uma dor crescente foi tomando conta. Quase saí correndo do carro, mas como a médica havia receitado um remédio para dor, na minha cabeça eu estava "vamos passar na farmácia, e assim que chegar de novo na minha sogra vou tomar o remédio, e descansar um pouco, essa dor vai passar porque ainda não está na hora dela nascer". Já devia ser umas 18h.

Só que o contrário aconteceu, mesmo tomando a medicação, a dor não foi embora, e hoje lembrando dos fatos, parece que foi tudo rápido, e foi mesmo, mas na minha cabeça as coisas vêm em uma sequencia. Cheguei, tomei o remedio, e deitei. A dor vinha forte e passava um pouquinho, não completamente, lembro que baixei um aplicativo para contar as contrações, e em pouco tempo já estava de 3 em 3 minutos, como não sabia se estava fazendo certo larguei o celular de lado e não contei mais nada, nessa hora meu marido tinha ido com meu cunhado buscar minhas roupas e a mala maternidade, mas a verdade é que ninguém esperava que seria naquele dia.

A dor só aumentava, mandei mensagem pro meu marido voltar logo, e também tive a brilhante ideia de entrar no chuveiro. Para a dor, tomar banho é maravilhoso, mas para a situação não foi legal. Naquele mesmo dia, ao meio dia, eu tinha feito o último ultrassom, porque ela ainda estava pélvica, e eu queria saber se com 34s ela já teria virado para a posição certa. Não, ela não tinha virado. E ali no chuveiro, eu quase tive a certeza de que não conseguiria sair, mas ao mesmo tempo pensava, mas como ela vai nascer aqui se ela ainda está na posição sentada? Era uma mistura de sentimentos e sensações, eu realmente não queria sair dali, mas meu cérebro dizia "isso não vai dar certo".

Meu marido voltou e me trouxe a realidade que a dor levava embora, desligou o chuveiro e ajudou a me vestir. Ele também mandou mensagens para as minhas ginecologistas, a que eu estava passando pelo convênio, e a outra que eu havia ido naquele mesmo dia, ela foi uma consulta paga por minha cunhada depois do primeiro susto.

Ele me perguntava o que eu queria fazer, a médica que havia me visto aquela tarde pediu para eu retornar ao consultório para ela me examinar novamente. Eu disse para ele que não aguentaria ir para São Paulo nem no consultório da Dra. Ele fez uma cara de interrogação, perguntou se iriamos para Sorocaba, onde também tinha hospitais que meu convênio atende, eu disse não, queria ir para a Santa Casa mesmo. Ele arregalou os olhos, acho que nessa hora ele não teve dúvidas que ela nasceria naquele dia...kkkk

Corremos para lá então, o resto da história vou contar em um próximo post porque já está enorme.

Tentativa de ultrassom 3d, essa foi a melhor imagem

Poucos dias antes do meu pacotinho nascer





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